domingo, 24 de março de 2013


"Homenagem para uma mulher,  mãe e professora  especial

Lúcia M.M."


Quando chega o dia da esperada aposentadoria, sentimentos opostos se confundem em nosso íntimo. A princípio, uma alegria enorme por termos, enfim, recebido oficialmente a declaração de que já cumprimos, totalmente, o compromisso assumido nos melhores anos da juventude. Logo em seguida, vem a tristeza de nos privarmos tanto da convivência diária com amigos conquistados e colegas de trabalho quanto do exercício da atividade profissional dignificante que, por décadas, garantiu nosso sustento e ocupou a maior parte do nosso tempo.

Nessa hora, em flashbacks, passa o filme de uma vida inteira de dedicação, renúncias, momentos bons, outros ruins, situações nas quais chegamos até a pôr em risco a nossa integridade física e/ou a própria vida para darmos o melhor de nós e atingirmos a excelência na proposta de trabalho que nos foi confiada. É quando tomamos a exata consciência do tamanho que a nossa parcela de contribuição teve para edificação da sociedade em que vivemos. Fazemos um balanço de quantas pessoas estiveram sob a nossa responsabilidade e do peso que a nossa postura e disposição para atendê-las tiveram em suas vidas.

Aposentadoria é apenas um período que conquistamos para nos cuidarmos mais, para estarmos mais presentes no seio da família, para estreitarmos laços de amizade que o tempo reduzido inviabilizou, para deixarmos de ser escravos do relógio; enfim, para seguirmos vivendo de forma desacelerada e fazermos o que tivermos vontade.

Apesar de lamentarem a ausência física da pessoa que se afasta, os que permanecem resignam-se, pois sabem que é algo benéfico e merecido. Há, inclusive, um detalhe que não deve ser esquecido: a pessoa que se aposenta apenas se desvincula de um contrato profissional. Ninguém se aposenta dos amigos e muito menos da profissão que abraçou.

"Uma homenagem singela de seus amigos da E. M. Maria Domingas Mazzarello"



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